A Câmara Municipal de Ouro Preto, DECRETA:
Art. 1º - Fica concedido Diploma de Honra ao Mérito a Fundação Projeto Sorria em comemoração aos 20 anos de trabalhos desenvolvidos na cidade de Ouro Preto e seus distritos.
Art. 2º - Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 3º - Revogam-se as disposições em contrário.
Justificativa:
HISTÓRICO
INÍCIO
A história da Fundação Sorria começou em 1978 quando a população da cidade de Ouro Preto não possuía nenhuma assistência odontológica pública e gratuita. Nesta época, o cirurgião dentista Aluísio Drummond, professor do curso de Odontologia da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG), começou sua atuação subindo os morros de Ouro Preto realizando o que chama de “catequese profilática”. Munido do projetor de slides, alguns moldes de gesso, escovas, fio dental e evidenciador de placa bacteriana, ele ia às escolas, associações comunitárias, paróquias e fazendas de distritos de Ouro Preto para levar informações sobre os cuidados e despertar as comunidades para a importância da saúde bucal.
Em 1990, a creche Casulo Noêmia Velloso, no bairro de Santa Efigênia, um dos mais pobres da cidade, foi escolhida como local onde iniciar o trabalho preventivo com as crianças. À medida que os trabalhos se desenvolviam, a equipe identificou a necessidade de montar um consultório de atendimento. Os empresários da região começaram a apoiar o trabalho. Em 1991, era inaugurada a primeira unidade de atendimento do Projeto Sorria no bairro Santa Efigênia, com recursos da iniciativa privada e comunidade local. A unidade se compõe de consultório, escovário e escoveiro. A creche passava, portanto, a contar com assistência odontológica prestada por um grupo de voluntários, adeptos da linha preventiva, que beneficiou, inicialmente, cento e quarenta e três crianças.
Em 1992, com aumento da demanda por atendimento, teve início a construção da segunda unidade, no Morro da Piedade, bairro extremamente carente de Ouro Preto. Com a mesma estrutura anterior, o Projeto Sorria consolidava, nessa segunda unidade, a metodologia mais atenta às práticas de prevenção, além do tratamento curativo- restaurador. O trabalho desenvolvido na unidade da Piedade mudou a realidade da saúde bucal das crianças daquele bairro.
FUNDAÇÃO
O reconhecimento da seriedade do trabalho pode ser apreciado na demanda crescente da população diante dos bons resultados obtidos nas duas unidades. Isso determinou que as atividades do Projeto fossem reestruturadas e ampliadas. Para tanto, em 1994, constituiu-se legalmente a Fundação Sorria. Novas unidades odontológicas foram construídas: a de Saramenha de Cima e São Cristóvão, em 1995, Cachoeira do Campo em 2000, Pocinho em 2001 e Antônio Pereira em 2002. Construídas, como se disse, em regiões mais carentes de Ouro Preto, todas essas unidades possuem a mesma estrutura, com escovário e consultório odontológico. Em 2006 foi inaugurada a oitava unidade, que funciona na Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) local e atende mais de duzentas crianças especiais. Em 2008 foi inaugura uma nova unidade no distrito de Lavras Novas, e a décima primeira unidade foi inaugurada em 2010 em Santo Antônio do Salto.
A Fundação Sorria mantém ainda um consultório móvel que facilita o atendimento às crianças em condições especiais ou impossibilitadas de receber intervenção por métodos convencionais. O consultório móvel de alta tecnologia, está instalado no bloco cirúrgico da Santa Casa de Misericórdia de Ouro Preto.
Dados recentes do Ministério da Saúde indicam que, no Brasil, as instituições filantrópicas cobrem apenas 0,47% da demanda de assistência odontológica. Atualmente, a Fundação Sorria presta assistência odontológica completa e gratuita a sete mil crianças carentes, de 0 a 18 anos, o que corresponde a 18% da população infantil de Ouro Preto. Este trabalho reduziu em 55% o índice de cárie nessa população infantil.
Para atender a tantas crianças gratuitamente - e com qualidade -, a Fundação conta com o apoio da Prefeitura de Ouro Preto e de empresas privadas da região. A comunidade também contribui com carnês de valores a partir de R$ 10,00 mensais. As ações da Fundação Sorria conseguiram a adesão de artistas plásticos e músicos, que disponibilizam seus talentos para levantar recursos para instituição. O custo mensal das atividades supera o valor de R$ 100 mil.